23 de Outubro a 20 de Novembro, 2012: Conversas - O SILÊNCIO TEM SENTIDO?

Galeria Luís Serpa Projectos, Rua Tenente Raul Cascais 1B, Lisboa.

"Numa fascinante variação do episódio homérico, Kafka, imagina que «as sereias possuem uma arma ainda mais terrível que o canto, o silêncio. Podemos conceber, [...] que alguém tenha escapado aos seus cânticos, mas seguramente jamais ao silêncio». Liberto por Beckett, redefinido por John Cage, se o Silêncio se declina na pluralidade dos silêncios habitados das palavras caladas, esperadas ou não pronunciadas, também é singular, num poema murmurado ou numa frase musical cantada. O Silêncio marca o compasso de um passeio, ritma um encontro inesperado. Resta que só impondo silêncio ao que reduz ao silêncio a nossa existência, é que nasce o verbo essencial. Improvável e fugaz, passagem obrigatória da testemunha antes de se levantar e elevar a voz partilhando-a, o Silêncio luta para se fazer ouvir par além do deserto, para não morrer no ruído e na fúria do universo psicótico e vibra até à invenção do gesto [Maria de Morais, 2012].
A dificuldade de falarmos sobre o silêncio diz respeito ao dizível e ao indizível, tanto ao nível psicológico como social e histórico. É possível construir uma narrativa do silêncio? Sobre o silêncio? Como experimentamos o silêncio? Podemos sentir o silêncio? Existem, em literatura, palavras sonoras? Qual é a estrutura do silêncio? Podemos ouvir o silêncio? Existe música sem sons? Porque temos receio de nos encontrarmos em silêncio? O silêncio interior é da mesma natureza que o silêncio exterior? Como se incorpora o silêncio nos rituais? Está o silêncio directamente ligado à ausência? Uma pontuação […] constitui um silêncio no texto? Como se comportam, no cinema, no teatro e no texto, os personagens e, por conseguinte, o(s) sujeito(s) falante(s)? O silêncio é o limite do horizonte? O silêncio é sintoma de melancolia? Ou o silêncio é um espaço vital que utilizamos para pensar e sonhar? Ou ainda está o silêncio relacionado com o sentimento de paz e tranquilidade que desejamos e exigimos para dizermos que a felicidade existe? O silêncio é a impossibilidade da palavra?
Todas estas perguntas e tantas outras que podemos formular são o tema das Conversas à Volta da Mesa [Talks Around The Table] para as quais vos convidamos a participar e a partilhar com os nossos Convidados na Galeria Luís Serpa Projectos, em conversas moderadas por Maria de Morais, interlocutora e coordenadora deste Ciclo Em Redor do Silêncio [Luís Serpa, 2012].

23 de Outubro 19h - O Silêncio, essa presença intensa
com Rodrigo Eduardo Silva, Vítor Rua, Gerald Luckhurst

30 de Outubro 19h - Silenciar as palavras
com Barbara Reis, Pedro Lomba, Maria João Cabrita, Cláudia Clemente, Ana Padrão

6 de Novembro, 19h - A impossibilidade do Silêncio
com Fernando Belo, Pedro Cabral , Isabel Correia, Emilie Bettega

13 de Novembro, 19h - Habitar o Silêncio
com Maria João Cantinho, Paola d’Agostino, Paulo Annes

Terça, 20 de Novembro, 19h - O muro de Silêncio
Com Vera Mantero, Maria Belo, Diogo Dória".

Transportes
Metro: Rato
Autocarros: 74, 706, 709, 713, 720, 727, 738, 758, 773
Eléctrico: 25, 28

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