Museu do Chiado Rua Serpa Pinto 4, Lisboa
A entrada é livre aos Domingos, até às 14h.
«O MODERNISMO FELIZ: ART DÉCO EM PORTUGAL PINTURA; DESENHO; ESCULTURA, 1912-1960»
"O estilo Art Déco, designação que só surge nos anos 60, ou Estilo 1925,
como também é conhecido (em apropriação da designação da magna
Exposição das Artes Decorativas e Industriais Modernas realizada em Paris naquela data), conhece, num contexto atual de crise, um renovado interesse mundial.
Congregando, eclética e decorativamente, as heranças das vanguardas
artísticas dos começos do século (do Fauvismo, Cubismo, Futurismo,
Expressionismo e, até, do Abstracionismo) aliadas a sugestões vindas dos
Movimentos Decorativos Modernos (como a Secessão Vienense, os grafismos
francês e germânico de 1900 ou os Ballets Russes), o Art Déco foi o
primeiro estilo global e universal que o Mundo conheceu, aspirando a
constituir-se como Arte Total (inspiração de vida), tal como na proposta
pioneira de Wagner no século XIX, alargando-se a todas as expressões
artísticas e a todos os aspetos da vida quotidiana e expandindo-se, ao
longo dos Anos 30, dos horizontes franceses ao resto da Europa, Estados
Unidos, América do Sul, África, China, Austrália e Japão.
A promessa
estética de felicidade nele contida, antídoto contra o trauma da I
Guerra Mundial, foi também paliativo contra a crise económica dos Anos
30, e o movimento perdurou até à II Guerra Mundial.
Em Portugal, o
Art Déco projetou-se, igualmente, com excelente pujança. Com efeito, uma
parte muito substancial dos artistas portugueses do 1º e 2º Modernismos
foram praticantes altamente empenhados deste gosto que, como nos outros
países, renovou a totalidade dos mais diversos aspetos da vida
quotidiana – e o próprio Estado Novo viu neste Movimento um veículo
eficaz de propaganda e afirmação de poder.
A efemeridade do
'Futurismo' português e, com ela, a debilidade da vanguarda entre nós, a
longa duração e isolamento do Estado Novo, ditatorial e conservador, a
longa vida de muitos dos artistas-protagonistas daquele modernismo
feliz, fez do Estilo Art Déco uma fonte de oposição ao apreciado
naturalismo oitocentista e, como tal, o garante generalizado da
sobrevivência do próprio Modernismo, perdurando em Portugal até cerca de
1960.
A presente exposição sobre o estilo Art Déco em Portugal
permite uma releitura renovada e inovadora do nosso fenómeno Modernista,
e, maioritariamente, daquele gosto que, originalmente, se estendeu do
domínio do desenho às restantes expressões artísticas ditas 'maiores',
como a Pintura, a Escultura e a Arquitetura, mas também ao grafismo e
publicidade, à cenografia, ao cinema, às artes da decoração e,
finalmente, à própria vida quotidiana e suas aspirações modernas de
cosmopolitismo e felicidade."
Rui Afonso Santos, Comissário
Transportes:
Metro: Restauradores, Rossio
Comboio: Rossio, Cais-do-Sodré
Barcos: Terreiro do Paço, Cais-do-Sodré
Autocarros: 1, 36, 40, 44, 91, 709, 711, 714, 732, 735, 745, 759, 760, 781, 782
Eléctrico: 12, 15, 18, 28