às 17h
"Ana Pérez-Quiroga (Coimbra, 1960) tem desenvolvido um corpo de trabalho que assenta numa contínua diversidade do fazer e num questionamento do quotidiano. É comum na prática desta Artista a apropriação, quer da história da arte quer de metodologias associadas a outras disciplinas do saber. São também comuns as obras que enunciam questões em torno do género ou o uso de técnicas ligadas a práticas artesanais, num perpétuo questionamento e deslocação do objeto de arte.
Para o MAP, Perez-Quiroga, apresenta a instalação “Antes morta que burra”, uma peça constituída por diversas orelhas de burro, construídas em feltro, nas quais se inscrevem ditados populares bordados alusivos ao “burro”. A peça cita a cultura popular e a tradição oral bem como uma prática culturalmente ligada ao feminino – o bordado. Numa posição irónica e crítica, os ditados populares, símbolo de um saber transmitido geracionalmente, são questionados e levam à sua releitura. Não apenas por se apresentarem como legendas das orelhas de burro, mas pela sua disposição no espaço expositivo, ao estarem suspensas, como que convidando o visitante à sua colocação. De certa forma posicionam o espectador num lugar incómodo mas também de interrogação sobre a natureza do conteúdo social e político das próprias frases."
Sérgio Parreira
"Cor de burro quando foge. Orelhas de burro. A pensar morreu um burro. Vozes de burro não chegam ao céu. Teimoso que nem um burro… E muitas outras expressões menos próprias, bordadas a vermelho, preenchem cada uma das 38 orelhas de burro feitas de feltro cinzento, suspensas por um fio, as quais traduzem a intemporalidade de citações populares. Em redor, estão 58 frases idiomáticas, em castelhano, francês, inglês, sueco, norueguês, polaco e italiano, a formar uma linha horizontal, em vinil autocolante vermelho, nas quatro paredes de uma sala do Museu de Arte Popular (MAP), em Lisboa.
“Antes morta que burra, 2005/2014″. Assim se chama a exposição da artista plástica portuguesa Ana Pérez-Quiroga, a qual está integrada no Ciclo de Exposições de Arte Contemporânea no âmbito do projeto Travessa da Ermida, no MAP. Para visitar a partir de amanhã, dia 3 de maio, às 17 horas, até 29 de junho, de quarta a sexta, das 10 às 18 horas, e de sábado a domingo, das 10 às 13 e das 14 às 18 horas."
Patrícia Serrado
Museu de Arte Popular (MAP)
Av. de Brasília, Lisboa
3 de Maio até 29 de Junho
Quarta-feira a Sexta-feira: 10 às 18 horas
Sábado e Domingo: 10 às 13 e das 14 às 18 horas
Transportes
Autocarros: 714, 727, 728, 729, 751
Eléctrico: 15Comboio: Belém
Barco: Belém
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