A medula óssea é um tecido de consistência mole que preenche o interior dos ossos longos e as cavidades esponjosas de ossos, como por exemplo os da bacia. É nesse tecido que existem células progenitoras, ou seja, com capacidade para se diferenciarem e dar origem a qualquer célula do sangue periférico, as chamadas stem cell dos autores ingleses ou células progenitoras / estaminais em português. Estas células renovam-se constantemente mantendo um número relativamente constante em qualquer momento.
Apesar de genericamente se falar de transplantação de medula óssea, de facto o que se faz é uma reinfusão ou transfusão no doente de células progenitoras retiradas da medula do dador.
Estas células saudáveis vão substituir as células doentes e são responsáveis pela formação de novas células saudáveis.
Contudo, para que o transplante tenha sucesso, as células saudáveis devem ser o mais possível compatíveis com as células do doente.
Existem dois processos de colheita de células para transplantação de medula:
Colheita a partir da Medula Óssea:
Células progenitoras colhidas do interior dos ossos pélvicos. Requer geralmente anestesia geral e uma breve hospitalização.
Células progenitoras colhidas do interior dos ossos pélvicos. Requer geralmente anestesia geral e uma breve hospitalização.
Células de células Progenitoras Periféricas:
Colheita feita no sangue periférico, através de um processo chamado aférese, em que o dador tem de tomar previamente um medicamento que é um factor de crescimento que vai fazer aumentar a produção de células progenitoras no sangue.
Colheita feita no sangue periférico, através de um processo chamado aférese, em que o dador tem de tomar previamente um medicamento que é um factor de crescimento que vai fazer aumentar a produção de células progenitoras no sangue.
Além destes dois métodos, existe, ainda, outra fonte de células progenitoras que são as células do cordão umbilical. Neste caso, após consentimento prévio da mãe, quando o bebé nasce são colhidas do cordão umbilical. O cordão umbilical tem uma percentagem muito elevada de células progenitoras mas como a quantidade geralmente é pequena, são utilizadas, sobretudo, na transplantação de crianças.
Qual a probabilidade de encontrar um dador compatível?
Considerando todas estas abordagens, aproximadamente 80% de todos os doentes têm, pelo menos, um potencial dador compatível.
Esta percentagem subiu significativamente (em 1991 era 41%) depois do esforço que foi feito mundialmente no recrutamento de dadores.
No entanto, é preciso notar que nem todos os doentes para os quais foi identificado um dador idêntico chegam à fase do transplante.
Pode um dador desistir do processo após saber que é compatível com um doente?
Um potencial dador com compatibilidade com um doente que necessite de transplante de medula pode por diversas razões retirar-se do processo. Como voluntário o dador não tem nenhuma obrigação legal. As decisões individuais serão sempre respeitadas.
Contudo, uma decisão tardia relativamente à desistência pode ter riscos muito graves para o doente. Uma mudança de atitude no final do processo pode ser fatal para um doente que aguarda pelo transplante de medula.
É perfeitamente natural que apareçam duvidas e hesitações ou mesmo recusas quando um dador é contactado mas logo que ponderados todos os prós e contras, deverá tomar uma decisão e saber que, se for alterada tardiamente, irá afectar não só o próprio mas também o doente.
Quem paga o processo da doação?
Todos os procedimentos médicos que envolvem a doação são cobertos pelo subsistema de saúde do doente, bem como as viagens e outros custos não médicos.
Os únicos custos que poderão vir a ser imputados ao dador são os referentes ao tempo que necessita despender no processo de doação.
Só se pode dar medula óssea uma vez?
Não, a medula é um tecido que se regenera rapidamente, pelo que é possível fazer mais do que uma dádiva."
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