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José Caria |
"Pó dos Livros
Av. Duque de Ávila, 58A, Lisboa ; T. 217959339; seg-sáb 10h-20h
Mandam as regras da boa escrita jornalística que não se devem utilizar palavras inglesas. Mas, como as regras também existem para ser quebradas, escreva-se que a expressão “shop around the corner” assenta muito bem à atual Pó dos Livros. E diz-se atual porque, em 2008, a livraria fundada por Jaime Bulhosa, conhecido livreiro lisboeta, abriu na Avenida Marquês de Tomar, tendo-se mudado (vai para três anos) para a loja de esquina da Duque de Ávila onde, em tempos, funcionou a Dyrup. Nos últimos anos – obrigada ciclovia! –, ali nasceu toda uma outra avenida e, para isso, também contribuiu a Pó dos Livros, com os muitos livros novos, alguns em segunda mão, uma ou outra novidade, um ou outro best-seller e, sobretudo, um extremo cuidado na seleção de uns e outros. Ao balcão, há sempre alguém que sabe o que faz e que pode ajudar a encontrar o que se pretende. Lá atrás, a zona das crianças, aqui pouco ou nada desprezadas, e um grande sofá preto em pele. Apetece sentar e ficar. Estar. S.B.L.
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António Bernardo |
Tigre de Papel
R. de Arroios, 25, Lisboa; T. 213540470; seg-sáb 13h-20h
Fernando Ramalho e Bernardino Aranda acreditam que os livros não se gastam por serem mil vezes lidos e foi com essa convicção que decidiram, há ano e meio, abrir a Tigre de Papel. Nas estantes desta livraria na Rua de Arroios, em Lisboa, encontram-se muitos títulos ou que as editoras já não têm interesse em reeditar, ou que as pessoas já não querem, mas também livros novos – de pequenas editoras, de editores independentes, edições de autor – de todos os géneros e para todas as idades. A atividade anual é complementada, no verão, com a venda de material e livros escolares, promovendo-se igualmente a reutilização de manuais em segunda mão. E porque a Tigre de Papel quer ser também um ponto de encontro, todos os meses são programadas conversas com escritores, leituras para crianças, exibições de filmes ou encontros musicados à volta da literatura. Já recentemente, Fernando e Bernardino concretizaram outro dos seus objetivos: a publicação de livros com a chancela Tigre de Papel. Em maio de 2017, saiu uma reedição fac-similada de Lex Icon, de Salette Tavares, há muito esgotado; em novembro, lançaram Vida entre Edifícios, do arquiteto dinamarquês Jan Ghel; e, em dezembro último, a novela gráfica Gravidez, de Júlia Barata. I.B
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Mário João |
Menina e Moça
R. Nova do Carvalho, 40-42, Lisboa; T. 218272331; dom-qui 12h-2h, sex-sáb 12h-3h
Nesta livraria-bar, no Cais do Sodré, os livros de poesia, de história e de filosofia convivem com os de gastronomia e de música. E também com as garrafas de bebidas e muitas iguarias. Vamos por partes. Devorem-se, em primeiro lugar, as obras que se veem nas estantes, como os títulos de Fernando Pessoa, “o único escritor português que todos os turistas conhecem”, afirma Cristina Ovídio, editora da Clube do Autor e proprietária da Menina e Moça. Mas também podem folhear-se os livros de Cesário Verde e os de Alexandre O’Neill. “Para lá de ser uma grande admiradora, era também um grande amigo do meu pai, o colecionador António Manuel Baptista”, descreve Cristina. Esta Menina e Moça nasceu com o objetivo de fugir à globalização, aos bestsellers e às novidades literárias e, acima de tudo, para “acarinhar as livrarias independentes”, acrescenta. A par dos muitos livros, há ainda postais com fotografias da autoria de António Pedro Ferreira de uma Lisboa melancólica e de João Francisco Vilhena, inspiradas em Fernando Pessoa. “A ideia é que os leitores possam escrever e, à saída, deixar dentro da caixa do correio”, conta. Tudo isto enquanto se saboreiam os biscoitos caseiros e um chocolate quente.
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José Caria |
Letra Livre
Cç. do Combro, 139, Lisboa; T. 213461075; seg-sáb 10h-13h, 14h-19h
Com o encerramento da Ler Devagar, no Bairro Alto, Eugénia Gomes, Eduardo Sousa e Carlos Bernardo ficaram sem trabalho. Nesta altura, em 2006, unidos pelo amor aos livros, decidiram abrir a Letra Livre, livraria especializada em literatura de língua portuguesa e ciências humanas de pequenas editoras independentes – como a Edições Averno, a Língua Morta, a Pianola, a Etcetera, a Ulmeiro, a Vendaval, a Frenesi... “Somos, essencialmente, um alfarrabista que se dedica à venda de livros de filosofia, antropologia, história contemporânea e sociologia que compramos, sobretudo, a particulares e a bibliotecas”, esclarece Eugénia Gomes, uma das sócias. Mas isso não significa que, ao deambular-se por esta antiga loja de antiguidades, não se possam encontrar algumas novidades “muito bem escolhidas”, afirma com convicção. Há ainda uma área reservada a títulos sobre arte e sobre África, por exemplo. Para lá de se dedicarem à procura e venda destas obras, a Letra Livre é também uma editora. “Acabámos de editar o terceiro volume da obra do cineasta João César Monteiro”, lembra. Resumindo, se o leitor andar à procura de livros antigos, o mais provável é que os encontre arrumados numa das prateleiras desta pequena livraria.
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Mário João |
Baobá
R. Tomás da Anunciação, 26B, Lisboa; T. 211928317; ter-sáb 10h-19h30
Fazia falta uma livraria como esta em Lisboa e que pena não existirem muitas mais assim. A Baobá, de portas abertas em Campo de Ourique há um ano e pouco, tem as estantes repletas apenas de livros infantis e juvenis. Aos títulos da Orfeu Mini, a chancela para os mais novos da Orfeu Negro, responsável pela livraria, juntam-se os de outras editoras e, juntos, espalham-se por este rés do chão, que mantém as divisões de uma casa: sala, corredor, quartos, cozinha (onde nos podemos sentar a ler na antiga chaminé), marquise, pátio… Não faltam ilustrações por aqui – nas páginas dos livros e na parede – e é certo que, aos sábados, há sempre animação, com contadores ou lançamentos de livros. Já em janeiro, promete-se “fazer frente ao medo” com um ciclo de histórias escolhidas a dedo (vale a pena consultar a agenda da livraria). É entrar e acreditar que, ali, tudo é possível – até uma árvore ter as raízes viradas para o céu.
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José Carlos Carvalho |
Distopia
R. de São Bento, 394, Lisboa; T. 914869616; seg-sáb 10h-20h
O nome diz logo ao que vem: a Distopia não quer ser uma livraria igual às outras. “Além de ser um género literário que nos diz muito, as distopias da literatura têm um fator de resistência e de alerta para questões políticas e sociais que nos interessa”, diz Sónia Silva, que, juntamente com Bruno Silva, abriu a livraria em outubro de 2015. E não é por já irem na terceira morada – começaram na Rua da Escola Politécnica, passaram pelo Entretanto, e há quase um ano que estão na Rua de São Bento – que mudaram a filosofia. Ali, ao lado das novidades editoriais, encontram-se muitos títulos de fundo de catálogo, raros no mercado, e que lhes deram clientes fiéis desde os primeiros dias. “Na livraria Distopia, numa aparente contradição, acredita-se que a Literatura, a Música, a Cultura e as Artes de uma forma geral são fundamentais para uma sociedade mais livre, onde conhecimento, entretenimento e imaginação andam a par”, explicam. Por isso, apostam também numa secção grande de música (cds e vinis), aproveitando a experiência de Bruno nesta área, e numa zona dedicada aos leitores infanto-juvenis. E têm até uma pequena sala de leitura.
Espaço Ulmeiro
Av. do Uruguai, 13 A, Lisboa; T. 218099823; seg-dom 10h-19h30
Há um ano, José Antunes Ribeiro anunciava que ia fechar o histórico Espaço Ulmeiro, nascido no final dos anos 60, no bairro lisboeta de Benfica. Mas a livraria soube resistir às dificuldades, criando leilões online com descontos. “Normalmente o leilão tem 42 obras, dura dois dias e oferece 20% de desconto aos associados”, conta José António Ribeiro. “Desta forma chegamos mais longe e a mais gente.” Ganhou novos clientes e, pelo menos, mais um ano de vida. E é bom ver o Espaço Ulmeiro de portas abertas, com o célebre gato amarelo Salvador por ali a passear. “O meu diretor de marketing”, conta José António Ribeiro. E que diretor.
Fabula Urbis
R. Augusto Rosa, 27, Lisboa; T. 218885032; qui-sáb 11h-13h30, 15h-20h
Quem sobe a rua do elétrico 28, entre a Sé e o Castelo de São Jorge, encontra--se com a livraria Fabula Urbis, especializada em olisipografia. Aberta em 2007, nela arrumam-se cerca de 4000 livros, sobre Lisboa e cultura portuguesa, em várias línguas – ou não estivesse a livraria localizada numa zona frequentada por turistas. A grande maioria são títulos novos, mas por ali também existem alguns livros usados.
Paralelo W
R. dos Correeiros, 60-1º esq., Lisboa; T. 939385968; ter-sex 15h-19h30
O nome vem de um poema e livro de Manuel de Castro, numa homenagem a um dos géneros literários que podem encontrar-se neste primeiro andar da Rua dos Correeiros. Mais do que uma livraria de poesia, a Paralelo W procura dar visibilidade ao que de interessante se publica em Portugal: por pequenas editoras que não chegam às grandes livrarias, ou que rapidamente desaparecem das estantes, dizem Inês Dias, Manuel Freitas e Teresa Estevão, os proprietários. Ensaios, contos, prosa, artes gráficas, banda desenhada é o que também pode encontrar por aqui. O ambiente é acolhedor, como se de uma casa se tratasse, onde têm lugar sessões de leitura, tertúlias, lançamentos e pequenas exposições.
STET – Livros & Fotografia, Lisboa
www.facebook.com/stet.livros.fotografias
Depois de dois meses provisoriamente instalada na Rua da Atalaia, a livraria especializada em fotografia está de malas aviadas para a zona dos Anjos. Nos caixotes vão, entre novidades e raridades, as grandes edições de fotojornalismo a par de edições independentes, livros de artista e edições de autor, de tiragens limitadas. Mas também fanzines, posters vintage, revistas ou livros mais técnicos que os estudantes da área procuram. A abertura está marcada para a segunda metade de janeiro.
It’s a Book
R. do Forno do Tijolo 30A, Lisboa; T. 914587805; qua-sex 13h-19h30, sáb-dom 12h-18h
É uma livraria pensada para os mais novos, a que os crescidos dificilmente resistem. Nas prateleiras da It’s a Book encontram--se livros infanto-juvenis de editoras estrangeiras (ou mesmo nessa linguagem universal que é a ilustração). Verdadeiras preciosidades que raramente se veem por cá. E, ainda, uma seleção apuradíssima de livros para os mais novos de pequenas editoras portuguesas.
Palavra de Viajante
R. de São Bento, 34, Lisboa; T. 211956340; ter-qui 10h-19h, sex-sáb 10h-20h30
É um ponto de encontro obrigatório para quem gosta de viajar pelo mundo à procura de novas culturas e paisagens. Desengane-se, no entanto, o leitor que pensar que aqui só existem guias de viagem: também há mapas, literatura de viagens, todo o tipo de roteiros... Para que nada falte ao viajante na hora de embarcar".