23 de Maio a 09 de Junho, 2018: Festival - ALKANTARA

"Mónica Lapa criou a Danças na Cidade em 1993. De 1993 a 2004, as várias edições do festival e de projetos colaborativos, como Dançar o que e nosso, desempenharam um papel fundamental de apoio, dinamização e divulgação da criação artística nacional e internacional. Em 2006, numa alteração que veio confirmar a abertura da estrutura a outras disciplinas artísticas e a outras geografias, a Danças na Cidade deu lugar a associação Alkantara. Desde 2006, e a cada dois anos, o Alkantara Festival reúne em Lisboa um programa de artistas com visões singulares sobre o mundo e a contemporaneidade. Integra o circuito dos principais festivais internacionais de artes performativas e mantém parcerias de longa data, na cidade de Lisboa e no mundo. A par do festival, a associação promove um programa regular de residências artísticas, formações, investigação, apresentações e acolhimentos no Espaço Alkantara".

Programa


23–25 maio, quarta e sexta → 20h, quinta → 17h e 20h
Espaço de apresentação: Castelo de São Jorge
Duração: aproximadamente 40 min
Preço: Entrada livre (mediante apresentação de entrada no Castelo de São Jorge)
Classificação etária: M/6



ESTREIA NACIONAL

Bouchra Ouizguen [MA]
Corbeaux
"Uma horda de mulheres vestidas de preto inicia movimentos rítmicos e gritos estridentes cadenciados que fazem desaparecer qualquer noção de tempo e de espaço. As figuras em movimento, carregadas com o peso das memórias dos rituais Issawa e Hmadcha de Marraquexe, evocam simultaneamente as longas noites de transe e um tempo em que a loucura tinha o seu lugar na sociedade, tal como descreve a literatura persa dos séculos IX e XII. A experiência é intensa e ao mesmo tempo universal e íntima, ligando intérpretes e público à ideia de origens. Da perspetiva da coreógrafa Bouchra Ouizguen, Corbeaux não se trata tanto de um espetáculo mas de "uma escultura sonora, bruta e urgente, que ressoa infinitamente". A sensação que provoca no público, de ter estado numa longa viagem, perdura para lá do fim do espetáculo.

Desde que a peça foi encomendada pela Bienal de Marraquexe de 2014 e apresentada em frente à estação de comboios da cidade, o bando de Corbeaux tem pousado em lugares muito diferentes, desde instituições artísticas (a Tate Modern, em Londres, ou o Louvre, em Paris) a espaços públicos em Nova Iorque, São Paulo ou Beirute. Seis anos depois de apresentar o magnético Madame Plaza no Alkantara Festival em 2012, Bouchra Ouizguen abre esta edição do festival com uma versão de Corbeaux que inclui participantes locais e é apresentada no Castelo de São Jorge, lugar histórico e socialmente complexo.


25 maio, sexta → 23h00
Espaço de apresentação: Ponto de Encontro ♦ Espaço Alkantara
Preço: Entrada gratuita
Classificação etária: M/16

CONCERTO
B Fachada, Éme, Maria Reis, Moxila, Sallim e Lourenço Crespo
A Superbanda da Música Popular Portuguesa estreou-se ao vivo na festa do 10º aniversário da Filho Único, no final do ano passado. Nos arranjos e interpretações inspiradas ouvidos, sobressaíram, entre as múltiplas bênçãos desta ode ao trabalho entre amigos, as harmonias vocais e a escolha de instrumentos acústicos. Não se sabe com quantas mais aparições este sexteto "roda de choro" nos vai presentear. Por isso, a quem está no mesmo comprimento de onda: este encontro já está marcado.




26 maio, sábado → 18h00
Espaço de apresentação: Ponto de Encontro ♦ Espaço Alkantara
Preço: Entrada gratuita


CONVERSA COM ARTISTA
Conversa com Radouan Mriziga
Radouan Mriziga, Toshiki Okada e Christiane Jatahy são alguns dos artistas que regressam ao Alkantara Festival para apresentar os seus espetáculos mais recentes. Partindo destes projetos e passando por outros trabalhos, Thomas Walgrave conversa com os artistas sobre as suas práticas, as suas preocupações e a forma como continuamente têm desafiado os limites das disciplinas em que se inscrevem.



26 maio, sábado → 23h00
Espaço de apresentação: Ponto de Encontro ♦ Espaço Alkantara
Preço: Entrada gratuita
Classificação etária: M/16


CONCERTO
Vaiapraia e as Rainhas do Baile
Empenhados em criar canções com algum cariz, lançam imagens poéticas. Este trio está alinhado diacrónica e sincronicamente com a Pop - a de massas e a subterrânea. A estrutura e direção minimal, e ao mesmo tempo vulnerável, que Rodrigo (Vaiapraia) imprime na banda - em que menos é mais -, tem força, é inspirador e emancipador. O trio tem progressivamente angariado uma generosa plateia de ouvintes pelo país fora, online e IRL. Tem novo disco a sair este ano, muito em breve, para suceder ao celebrado "1755" (2017).



30 maio, quarta-feira → 18h00

Espaço de apresentação: Ponto de Encontro ♦ Espaço Alkantara

Preço: Entrada gratuita

Conversa com Toshiki Okada
Radouan Mriziga, Toshiki Okada e Christiane Jatahy são alguns dos artistas que regressam ao Alkantara Festival para apresentar os seus espetáculos mais recentes. Partindo destes projetos e passando por outros trabalhos, Thomas Walgrave conversa com os artistas sobre as suas práticas, as suas preocupações e a forma como continuamente têm desafiado os limites das disciplinas em que se inscrevem.

30 maio, quarta-feira → 23h00
Espaço de apresentação: Ponto de Encontro ♦ Espaço Alkantara
Preço: Entrada gratuita
Classificação etária: M/16

CONCERTO
Superstar feat. Tapes
Neville Lawrence (Superstar) emigrou da Trinidad e Tobago natal para Nova Iorque nos meados dos anos 80, onde, jovem e destemido, percorreu o circuito ao vivo de músicas urbanas, ao lado de outros entretanto notáveis figurões como Snoop Dog, Biggie e 2Pac. Com o sucesso como incentivo, muda-se para Omaha, Nebraska, com a esposa Anne (Star) onde continua a produzir e gravar música até aos dias de hoje - angariando um culto internacional através do seu canal no Youtube e de edições de autor em VHS/CD/DVD. Em 2016, trinta e poucos anos depois de um caminho criativo sob a égide de um DIY pelas suas medidas, Superstar viu o seu primeiro vinil 12'' e cassete editados pela label estoniana Porridge Bullet. No ano passado, regressou com a colaboração Tapes vs. Superstar, em Spirit World, e acaba de lançar Mastermind E.P, colecção de 7 temas clássicos do seu vasto acervo. Estreia em Portugal de um onironauta que nunca parou de sonhar (n)a sua arte marginal.


1 junho, sexta-feira → 23h00
Espaço de apresentação: Ponto de Encontro ♦ Espaço Alkantara

Preço: Entrada gratuita
Classificação etária: M/16

CONCERTO

Iguanas
Duo de Leonardo Bindilatti e Lourenço Crespo, provavelmente a equação de ritmos & blues contemporânea mais desprendida, potente e vital em cima de um palco, hoje em dia, em Lisboa. A sua estética abstracta confere-lhes um senso de estilo único e irredutível, justapondo e conjugando a ciência de beats urbanos de topo de Leo e a lírica e métrica carismaticamente desassossegadas de Lou. Este concerto constituir-se-á a festa de lançamento do novo e magnífico disco Lua Cheia, o mui aguardado sucessor de Doce (2013), selo Cafetra Records, disponível a partir de 11 de Maio.



2 junho, sábado → 23h00
Espaço de apresentação: Ponto de Encontro ♦ Espaço Alkantara
Preço: Entrada gratuita
Classificação etária: M/16

CONCERTO

Conan Osiris 
Supernova em serena gestação até à recta final do ano passado, quando lança online o fresquíssimo e avantajado "Adoro Bolos", pela sua cúmplice AVNL. Ao longo destes meses, vai apanhando mais gente de surpresa, fascinando e sensualizando na TV pública nacional e por cabo - com atuações certeiras, ciente do contexto, forças e constrangimentos, sempre nas brechas, avançando no terreno árido da transa de música popular em Portugal. Produções pós-género dançantes, lírica do quarto que encontra a rua - e o contrário - e um carisma interpretativo que não é para todos, servido por uma voz bendita. Ovo de Colombo shyt.



3 junho, domingo → 21h30

Espaço de apresentação: Ponto de Encontro ♦ Espaço Alkantara

Duração: 123 minutos
Preço: Entrada gratuita
Classificação etária: M/16

ANTE-ESTREIA NACIONAL
Kornél Mundruczó [HU]
A Lua de Júpiter
Quis criar uma história que levasse as pessoas a questionarem-se continuamente: «Acredito naquilo que vejo ou não?». O filme é sobre a relação que se estabelece entre o espetador e aquilo que ele vê no ecrã, e cria-se um espaço de liberdade para o público. Há quatro anos, antes da crise, fui a um campo de refugiados e vim de lá muito comovido. Passei lá três semanas a recolher vídeos. A problemática é complexa, mas pareceu-me tudo tão cruel... Foi como um espelho que me devolvia a pergunta: «O que é ser europeu?» E isso também me levantou uma questão moral: «O que podemos ter e o que podemos não ter?» Esses dois elementos acabaram por se interligar na ideia... «E se um refugiado pudesse voar?»
Kornél Mundruczó
Um jovem imigrante é alvejado quando tenta passar ilegalmente a fronteira. Aterrorizado e em estado de choque, Aryan, ferido, consegue agora levitar sempre que assim o entende. Atirado para um campo de refugiados, é de lá retirado pelo cínico Dr. Stern que explora o extraordinário segredo do rapaz. Perseguidos por Laszlo, o furioso director do campo, os fugitivos mantêm-se em movimento, enquanto procuram segurança e dinheiro. Inspirado pelo espantoso poder de Aryan, Dr. Stern resolve dar um salto de fé, num mundo em que os milagres não valem nada...
Desde que Hard to be a God, também produzido pela companhia Proton Theatre, foi mostrado no Alkantara Festival, em 2010, o encenador e realizador húngaro Kornél Mundruczó tornou-se uma voz proeminente no cinema europeu contemporâneo com filmes como White God, Tender Son: The Frankenstein Project, Delta e a Lua de Júpiter, em antestreia nacional nesta edição do Alkantara Festival.

5 junho, terça-feira → 18h00

Espaço de apresentação: Ponto de Encontro ♦ Espaço Alkantara
Preço: Entrada gratuita

MESA REDONDA
25 anos de Danças na Cidade/Alkantara
Alkantara Festival
Na última semana do festival, juntamos artistas, programadores e público para um balanço de 25 anos de Danças Na Cidade e Alkantara, à volta de um bolo de aniversário. Com Liliana Coutinho (moderação), Vera Mantero, João Fiadeiro, Aldara Bizarro, Tiago Rodrigues, Mark Deputter, Thomas Walgrave, Carla Nobre Sousa e David Cabecinha.


8 junho, sexta-feira → 18h00
Espaço de apresentação: Teatro Nacional D. Maria II
Salão Nobre
Preço: Entrada gratuita
Classificação etária: M/14

LANÇAMENTO
Cláudia Dias e António Jorge Gonçalves [PT]
Sete Anos Sete Livros
Segunda-Feira:
Atenção à direita!
Texto de Cláudia Dias e Pablo Fidalgo Lareo

Terça-Feira:
Tudo o que é sólido dissolve-se no ar
Texto de Cláudia Dias

Quarta-Feira:
O tempo das cerejas
Texto de Cláudia Dias e Igor Gandra

Cláudia Dias propôs-se criar sete peças ao longo de sete anos, em colaboração com sete artistas diferentes, entre 2016 e 2022. Durante esse período de tempo, escreve sete textos a publicar com a ilustração e grafismo de António Jorge Gonçalves, como de afirmar que a dança contemporânea é ela própria um lugar de produção literária. No âmbito do Alkantara Festival, Cláudia Dias apresenta os primeiros três volumes da coleção.
Sete Anos Sete Livros, publicados em parceria com o Teatro Nacional D. Maria II.


8 junho, sexta-feira → 23h00

Espaço de apresentação: Ponto de Encontro ♦ Espaço Alkantara
Preço: Entrada gratuita
Classificação etária: M/16

CONCERTO

Volúpias

Formação orquestrada por Gabriel Ferrandini, com o saxofonista Pedro Sousa e o contrabaixista Hernani Faustino, que ganhou vida numa residência artística promovida pela Galeria Zé dos Bois ao longo de 2016, fruto da intenção do baterista - já reputadíssimo nos círculos internacionais do jazz e da música improvisada não idiomática - em construir trabalho no campo da composição. O primeiro álbum do trio está em agenda para edição ainda este ano.



8 junho, sexta-feira → 23h30

Espaço de apresentação: São Luiz Teatro Municipal
Preço: Entrada gratuita

CONVERSA COM ARTISTA
Conversa com Christiane Jatahy, Artista na Cidade 2018
Radouan Mriziga, Toshiki Okada e Christiane Jatahy são alguns dos artistas que regressam ao Alkantara Festival para apresentar os seus espetáculos mais recentes. Partindo destes projetos e passando por outros trabalhos, Thomas Walgrave conversa com os artistas sobre as suas práticas, as suas preocupações e a forma como continuamente têm desafiado os limites das disciplinas em que se inscrevem.



9 junho, sábado → 23h00Espaço de apresentação: Ponto de Encontro ♦ Espaço Alkantara
Preço: Entrada gratuita
Classificação etária: M/16


FESTA DE ENCERRAMENTO
Chima Hiro, BLEID, DJ Nigga Fox
Chima Hiro é o pseudónimo DJ de Rinchen Gatete, luminosa graduada em Cinema e com uma paixão contagiante por Música e pela melhor forma de a celebrar - dançando. De impressionante bom gosto na sua expressão e estilo, é a autora do programa mensal Nyce & Slow na Rádio Quântica e tem tocado regularmente na cidade as suas selecções em casas como o Lux, o Lounge ou as Damas.

BLEID é um dos mais prodigiosos valores revelados nos últimos anos no lato e rico ecossistema da música electrónica de desenho futurista e cortês da pista de dança produzida em Portugal. Para além da sua serenidade enquanto conversa ou actua, tem imergido - e emergido, como referência - no tecido de festas marginais em Lisboa e acaba de lançar o faiscante EP "Badness", em colaboração com Violet.

DJ Nigga Fox, um dos produtores mais talentosos de música electrónica dos nossos dias, profeta descontrucionista do 4/4 normativo das pistas de dança ocidentais, lançou recentemente o novo disco "Crânio", pela Warp Records, e fica responsável pela selecção da música para dançar no último terço desta noite de festa".

alkantara, calçada marquês de abrantes 99, 1200-718 Lisboa, PT | +351 213 152 267

Transportes - Alkantara
Autocarro: 714, 727, 732, 735, 736, 760, 781, 782
Barco: Cais-do-Sodré
Comboio: Cais-do-Sodré
Eléctrico: 12, 15, 18, 28
Metro: Cais-do-Sodré

Transportes - Castelo de São Jorge

Autocarro: 37

Eléctrico: 12 e 28

Metro: Baixa-Chiado, Martim Moniz, Rossio, Terreiro do Paço

Transportes - São Luiz Teatro Municipal
Autocarro: 709, 711, 714, 732, 735, 736, 758, 759, 760, 781, 782
Barco: Terreiro do Paço, Cais do Sodré 
Comboio: Cais do Sodré, Rossio, Santa Apolónia
Metro: Baixa-Chiado

Transportes - Teatro Nacional D. Maria II
Autocarro: 709, 711, 714, 732, 735, 736, 758, 759, 760, 781, 782
Barco: Terreiro do Paço, Cais do Sodré 
Comboio: Rossio, Cais do Sodré, Santa Apolónia
Eléctrico: 12, 15, 25, 28
Metro: Rossio, Baixa-Chiado

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