"Luminosa e vibrante. Estes são provavelmente os adjetivos que mais rapidamente se associam a Lisboa nos últimos anos.
Mas para lá da luz e do rio, dos miradouros e dos monumentos, existe uma outra cidade, mais introspectiva e até clandestina, que se esconde dos nossos olhos e que convidamos a desvendar no programa Lisboa por Dentro.
Entrar na intimidade da cidade, explorar espaços inesperados através de diversas propostas culturais que passam pela música, literatura, teatro, dança, é a nossa proposta para os meses de março e abril. Abrindo espaços que estão habitualmente interditos ao público ou invadindo áreas já desativadas, pretendemos explorar o potencial invisível que está inerente aos recantos que sustentam o quotidiano da cidade, bem como as tradições e as histórias que carregam.
Além de visitas guiadas e espetáculos artísticos em locais imprevistos, este programa apresenta no Dia Internacional da Mulher uma programação a elas dedicada.
No ano em que Lisboa é capital Ibero-Americana de Cultura, olhamos para mulheres latino-americanas que se distinguiram em diferentes domínios artísticos, partindo de uma homenagem a uma em particular: Violeta Parra, cantora, compositora, poeta, artesã, artista plástica e folclorista que, apesar da sua morte precoce, deixou um enorme legado à arte e à cultura chilenas.
Deixe para trás a apatia dos meses cinzentos e junte-se a nós neste itinerário que, ao longo de um mês, trilha novos caminhos, pela cidade e pelo pensamento."
Programa
Dança19 Março, 19h00
Ciranda
Mercado de Santa Clara
"Quem disse que os mercados são só para comprar e vender? No Mercado de Santa Clara também se dança!
Partindo das danças e cantares tradicionais portugueses, levamos ao Mercado um espetáculo que faz uma ponte entre o tradicional e o contemporâneo, entre o popular e o erudito: a Ciranda.
Ciranda é uma dança comunitária, para todas as idades e sem limite de participantes. Começa com uma roda pequena que vai crescendo, à medida que as pessoas vão entrando, abrindo o círculo e mãos nas mãos com quem já dança.
Simultaneamente, uma orquestra de câmara e músicos convidados interpretam canções tradicionais portuguesas, numa viagem pelo país de lés-a-lés, com paragens no Minho, em Trás-os-Montes, nas Beiras, no Ribatejo e Alentejo. Cabe Portugal inteiro no Mercado de Santa Clara, um edifício datado de 1877 e situado num terreno que testemunhou momentos decisivos da história de Lisboa.
Tragam a família, venham cirandar e aproveitem para olhar com outros olhos para um conjunto de edifícios que, num raio de alguns metros, contam inúmeras histórias da cidade.
Entrada livre (sujeita à lotação da sala)
M/6
Uma produção da Ideias do Século Associação"
Visita Guiada
23 Março
Galeria Técnica do Parque das Nações
Alameda dos Oceanos, entre a Rua do Mar Vermelho e a Rua do Mar da China
Sessões
11h00 - 11h30, 11h30 - 12h00, 12h00 - 12h30
"Esta é uma oportunidade para desvendar uma das mais relevantes infraestruturas urbanas instalada no subsolo, que foi construída aquando da Exposição Mundial de 1998 (que no próximo ano assinala o 20.º aniversário), tendo em vista não só alojar a estrutura principal dos vários sistemas de serviços necessários na altura, mas também o progressivo desenvolvimento do Parque das Nações. Um local relevante em matéria de ambiente, energia, gestão e planeamento urbano, numa visita que desperta o interesse de quem queira aprofundar conhecimentos técnicos ou seja simplesmente curioso pela Lisboa que se esconde abaixo do nível do chão.
Duração da visita: cerca de 30 min.
Visitas em português sujeitas a inscrição prévia.
Condições de participação:
M/16 anos
Lotação de 10 pessoas por visita
Inscrição prévia através do e-mail visitaslisboadentro@egeac.pt
Percurso não recomendável a pessoas com claustrofobia e com dificuldades de visão ou locomoção."
Visita Guiada
30 Março a 01 Abril
Reservatório da Patriarcal
Jardim do Príncipe Real à Rua de “O Século”
Sessões
30 março, 15h00 - 16h00
30 março, 16h00 - 17h00
31 março, 18h00 - 19h00
31 março, 19h00 - 20h00
31 março, 20h00 - 21h00
01 abril, 18h00 - 19h00
01 abril, 19h00 - 20h00
01 abril, 20h00 - 21h00
"Do Reservatório Patriarcal (Jardim do Príncipe Real) à Rua do Século, fazemos uma parte do longo percurso subterrâneo da água que era transportada até à cidade de Lisboa pelo Aqueduto das Águas Livres e conduzida através de uma rede de galerias subterrâneas. Uma obra de engenharia admirável da Lisboa de outros tempos, escondida sob passeios, ruas, casas e jardins: a teia de túneis que distribuíam água pelos chafarizes, palácios, conventos, hospitais, quartéis e outros locais (públicos e particulares) e que, até finais do século XIX, foram o único meio de abastecimento hidráulico na cidade.
Duração da visita: cerca de 45 min
Percurso: 300 metros
Visitas sujeitas a inscrição prévia.
Condições de participação:
M/6
Lotação de 25 pessoas por visita
Inscrições através do telefone 218 100215 (Museu da Água), até ao dia anterior à visita
Percurso não recomendável a pessoas com claustrofobia e com dificuldades de visão ou locomoção.
Recomenda-se a utilização de calçado confortável, fechado e antiderrapante."
Visita Guiada
6 a 8 Abril, das 10h às 19h
Lisboa Subterrânea – Galerias Romanas
Rua da Prata
"Usufrua desta rara ocasião para visitar as Galerias Romanas de Lisboa, datadas do início do século I e que são abertas ao público apenas duas vezes por ano. Recuamos ao império romano, palmilhando a estrutura que foi descoberta no subsolo da Baixa de Lisboa na sequência do terramoto de 1755, e que tem sido objeto, ao longo do tempo, de múltiplas interpretações quanto à sua função original. Atualmente, teses quase unânimes avançam a possibilidade destas galerias romanas terem sido um criptopórtico, solução arquitetónica que criava, numa zona de declive e pouca estabilidade geológica, uma plataforma horizontal de suporte à construção de edifícios de grande dimensão, normalmente públicos.
Duração da visita: cerca de 25 min
Visitas sujeitas a inscrição prévia.
Condições de participação:
Não há limitação etária
Lotação de 25 pessoas por visita, 4 por hora
Inscrição/reserva e levantamento de convite – a partir de 13 de março, máximo de 2 entradas por registo e sujeitas à disponibilidade, no Serviço Educativo do Museu de Lisboa: servicoeducativo@museudelisboa.pt ou 217 513 256
Pessoas com mobilidade reduzida devem contactar o Serviço Educativo do Museu de Lisboa.
Recomenda-se a utilização de calçado confortável.
Aconselha-se a chegada 15 minutos antes da hora da visita."
Concerto
8 Abril, 21h30
Concerto no Capitólio com Aline Frazão, Lula Pena, Mísia, Rita Redshoes e Señoritas
Cine-Teatro Capitólio
"Inspiradas pela vida cheia de Parra, seis cantoras e compositoras portuguesas sobem ao palco do Capitólio no dia 8 de abril para um concerto de homenagem, com direção musical de Francisco Rebelo. Une-as a palavra, a música e um modo de ser artista e mulher que ultrapassa estilos, tempo e barreiras geográficas.
Entrada livre (sujeita à lotação da sala)
M/6
Aline Frazão é um dos nomes mais sonantes da nova geração de músicos angolanos. Cantora, compositora, guitarrista e produtora, nasceu em Luanda, em 1988. Além do trabalho musical, Aline assina uma crónica semanal no jornal Rede Angola, onde dá largas ao seu emprenho social e político.No final de 2015, lançou “Insular”, o seu terceiro disco de originais. Gravado na pequena ilha escocesa de Jura, “Insular” conta com a produção do britânico Giles Perring e com a participação do guitarrista Pedro Geraldes (dos Linda Martini). Neste trabalho, apresenta novas parcerias com a poetisa angolana Ana Paula Tavares e a rapper portuguesa Capicua, bem como uma versão de “Susana”, de Rosita Palma, com a participação especial de Toty Sa’Med. Destaca-se ainda o tema “O Homem que Queria Um Barco” baseado n’ “O Conto da Ilha Desconhecida” da autoria de José Saramago.
Lula Pena é uma cantora, guitarrista, compositora e intérprete portuguesa que lançou em janeiro o seu novo disco “Archivo Pittoresco”, pela editora belga Crammed Discs. A artista portuguesa apresenta uma original abordagem à canção popular global, que entretece tantas tradições de música, som
e poesia. Tendo desenvolvido um estilo próprio a tocar a guitarra que prende
a atenção, acompanhado pelo trovar de línguas latinas e seus perfumes, sotaques, inquietações e esperanças, Lula Pena assume a vocação para escolher, compor e justapor um repertório que foi aprimorando ao longo do tempo. Seja a musicar letras e poemas de escritores como Manos Hadjidakis, o surrealista Belga Scutenaire ou outras escritas pelo seu próprio punho, seja oferecendo novas roupagens a música de autores populares (e outros menos celebrados), é possível ouvir Lula cantar em português, francês, inglês, espanhol, grego e italiano, com a maior liberdade e consequência do mundo.
Mísia nasceu na cidade do Porto, onde viveu até à adolescência tardia, durante a qual por vezes canta como amadora nas casas de fado. Por volta dos 20 anos, por motivos familiares muda-se para Barcelona e depois de vários trabalhos – canção, dança, music hall, televisão – em 1991 decide regressar a Portugal (e a Lisboa) para construir um repertório próprio. Começa a conquistar o seu lugar no fado no início dos anos 90, num momento pouco propício, em que o género não gozava do prestígio cultural e comercial de que agora dispõe. A Mísia, pioneira e espírito livre, coube-lhe abrir o seu próprio caminho. Ao longo da sua carreira, cantou nos palcos de maior prestígio internacional, recebeu elogios na imprensa estrangeira e é uma das cantoras portuguesas que desperta maior culto além-fronteiras, pela celebração dos sentimentos intemporais e universais que a sua música invoca. 25 anos depois da edição do primeiro disco, a história de Mísia faz-se de uma mão-cheia de grandes álbuns e de concertos memoráveis um pouco por todo o mundo.
Rita Redshoes iniciou a sua carreira como baterista num grupo de teatro de escola, tendo já passado por inúmeros projetos musicais como autora e intérprete, onde tocou muitos instrumentos e gravou vários discos. Tem colaborado em inúmeras bandas sonoras para teatro e cinema, tendo algumas sido premiadas e dado origem a álbuns. Foi aliás o documentário “Portugueses no Soho”, de Ana Ventura Miranda que a levou a tocar recentemente no mítico Joe’s Pub, em Nova Iorque e a apresentar, também na big apple, mas no MoMA, a banda sonora original do filme. Em 2016, Rita Redshoes rumou a Berlim, onde gravou o seu quarto álbum de estúdio. “Her”, o seu novo registo discográfico tem produção de Victor Van Vugt, que tem no curriculum álbuns de estrelas como Nick Cave. Para além de ser o álbum em que a artista tocou mais instrumentos (piano, omnichord, teclados e guitarra acústica) é também o trabalho em que Rita Redshoes escreve e interpreta a solo e pela primeira vez três temas em português.
Señoritas é o novo projeto de Mitó Mendes (A Naifa) e Sandra Baptista (A Naifa / Sitiados). Em 2015, as Señoritas criam uma nova identidade, partilhando o gosto comum de ensaiar, compor e tocar juntas. Desta vontade, nasceu um conjunto de canções que querem partilhar com o público. São canções que giram em torno de um universo feminino, tendencialmente urbano. Com uma atmosfera densa feminina e bem portuguesa, numa abordagem singular, canta-se a vida, mas de uma forma crua e direta.
As músicas, todas originais, são da autoria da própria banda e as exceções estão enquadradas no mesmo imaginário. Uma voz, uma guitarra, um baixo e um acordeão, este novo projeto, apoia-se em sets de programações que realçam a crueza e nudez da linguagem musical. “Acho que é meu dever não gostar” é o nome do disco de estreia"".
Fonte: http://lisboanarua.com/lisboapordentro/sobre/
Sem comentários:
Enviar um comentário