17 de Novembro, 2012: UNIPOP NA ACHADA

15h: Conversa sobre «O Passado, Modos de Usar», na Casa da Achada
17h: Conversa sobre «Direito de Fuga» e «Quem Canta o Estado-Nação?», na Casa da Achada
19h: Showcase com Ricardo Freitas e Maria do Mar, no Bartô
20h: Jantar, no Bartô
21h30: Conversa sobre o «Futuro», no lançamento da revista 'Imprópria' n.º 2, na Casa da Achada

Com Sérgio Campos Matos, Ângela Cardoso, Mariana Pinto dos Santos, José Neves, Nuno Dias, Manuela Ribeiro Sanches, Nuno Nabais, Bruno Peixe Dias, Ricardo Freitas, Maria do Mar, Golgona Anghel, António Guerreiro, Nuno Ramos de Almeida, José Bragança de Miranda, Tiago Carvalho, José Luís Garcia, Miguel Cardos

Programa:
15h-16h45: Conversa sobre Memória e Historiografia
Em torno do livro «O passado, modos de usar», de Enzo Traverso (Edições Unipop, 2012)
Com Sérgio Campos Matos, Ângela Cardoso, Mariana Pinto dos Santos e moderação de José Neves

Apoiando-se em vários exemplos da história do século XX – fascismos, Shoah, colonialismo, comunismos –, Enzo Traverso analisa as linhas por que se tecem os diferentes segmentos da memória colectiva, a escrita histórica do passado e as políticas da memória. Diante de um século a ferro e fogo, a memória reivindica os seus direitos sobre um passado que detém, como num caleidoscópio, uma multiplicidade de configurações diferentes. Da indústria cultural aos museus, passando pelas comemorações e pelos programas educativos, tudo contribui para que se faça da memória do passado uma espécie de religião civil das sociedades contemporâneas. Muitas vezes, essa religião civil cumpre uma função apologética: conservar a recordação dos totalitarismos de forma a legitimar a ordem liberal, ocupar os territórios palestinos para evitar um novo Holocausto, invadir o Iraque para não repetir Munique (o compromisso das democracias ocidentais com Hitler em 1938)... Em outras circunstâncias, porém, trilham-se outros caminhos da memória, mais discretos, por vezes mais subterrâneos, decididamente críticos, que transmitem a linha vermelha das experiências de emancipação, da utopia, da revolta contra a dominação. A escrita da história é o resultado de um trabalho que emerge dessa trama complexa de recordações pessoais, de memória colectiva, de saberes herdados, de convenções literárias, de constrangimentos institucionais e de questionamentos políticos ancorados no presente. É essa trama subterrânea que o ensaio de Enzo Traverso se propõe explorar. Em causa está um vasto debate intelectual que redefine as fronteiras da história e que coloca em causa os processos da sua escrita. Um debate de que Enzo Traverso reconstitui aqui as grandes linhas, de Maurice Halbwachs a Paul Ricœur, de Walter Benjamin a Yosef H. Yerushalmi, de Carlo Ginzburg a Dominick LaCapra.

16h45 - Apresentação do novo website da Unipop
 
17h-18h45: Conversa sobre Globalização, Migrações e Estado-nação
Em torno dos livros «Direito de fuga», de Sandro Mezzadra (Edições Unipop, 2012), e «Quem canta o Estado-nação?», de Judith Butler e Gayatri Spivak (Edições Unipop, 2012)
Com Nuno Dias, Manuela Ribeiro Sanches, Nuno Nabais e moderação de Bruno Peixe Dias

Direito de Fuga. Sinal de cobardia, de traição ou simplesmente de medo, a fuga é uma categoria que não conta com muitos adeptos. Neste livro, porém, a fuga é positivamente reinventada. Sob a figura do direito de fuga, Sandro Mezzadra traz ao leitor notícias do desejo de evasão e da vontade de libertação que os movimentos migratórios – ainda que sempre disciplinados, reprimidos e refreados – jamais deixam de exprimir. Discutindo os primeiros escritos de Max Weber, e dialogando com os Estudos do Subalterno, com Negri e Hardt ou ainda com Zizek, Mezzadra recusa entender os movimentos migratórios simplesmente através das suas causas «objectivas», estruturais e económicas. Ao invés, procura discutir as dimensões de subjectividade, de desejo e de vontade neles investidas. A condição migrante constitui assim o lugar de uma tensão. De um lado, a violência da repressão infligida sobre os migrantes nas fronteiras dos Estados nacionais, que no quadro liberal da globalização tanto promovem a circulação das mercadorias como se dedicam ao controlo da liberdade de movimento humano; de outro lado, temos a subjectividade migrante, que nos convida a pensar os movimentos migratórios como movimentos sociais, que, como as revoltas escravas ou os movimentos anticoloniais, têm o poder de transformar o mundo globalizado em que vivemos.


Quem canta o Estado-nação? resulta de um singular encontro entre duas das mais influentes teóricas da última década, que entre si debatem o passado, o presente e o futuro do Estado num tempo de globalização. Reflectindo sobre a pluralidade cultural no interior dos Estados e a maior porosidade das suas fronteiras, Butler e Spivak interpelam o vínculo natural entre Estado e nação, num debate que atravessa temas como a situação da Palestina, as teorias do Estado de filósofos do Iluminismo, os contributos de pensadores como Hannah Arendt ou Giorgio Agamben, o exercício do poder no mundo actual, o direito a ter direitos ou ainda os significados de cantar o hino nacional norte-americano em espanhol.


19h: Showcase no Bartô, com Ricardo Freitas + Maria do Mar

Duo de improvisação livre.

20h: Jantar no Bartô
Feijoada. 3 euros (não inclui bebidas nem café).
Inscrições para cursopcc@gmail.com, com indicação do nome (o número de inscrições é limitado à lotação do espaço)

21h30: Debate sobre «Futuro», pela ocasião do lançamento do n.º 2 da revista 'Imprópria' (Unipop + Tinta-da-China)
Com Golgona Anghel, António Guerreiro, Nuno Ramos de Almeida, José Bragança de Miranda, Tiago Carvalho, José Luís Garcia e moderação de Miguel Cardoso
O debate centra-se no dossiê «Futuro», que abre com o artigo «Mais tarde é agora», de Bernard Aspe. A iminência da catástrofe, argumenta Aspe, arrasta a possibilidade paradoxal de uma nova vivência do presente; uma vivência em que a exiguidade de um «mais tarde» se confunde com a urgência do «agora», sendo que só assim, quando o futuro se torna inadiável, se cumpriria finalmente o presente, nas suas imprevisibilidade e potência transformadora. Segue-se o artigo «No future. Um grande caos debaixo dos céus», em que Fernando Ramalho aborda a crise actual a partir da falência da ideia de futuro e dos vários usos que dela foram feitos ao longo do século XX, ilustrados por um percurso descontínuo através da música popular, do rock 'n' roll dos anos 1950 ao punk do final da década de 1970. O dossiê fecha com a tradução de um excerto do livro La fabrique de l'homme endetté – Essai sur la condition néolibérale (2011), de Maurizio Lazzarato, em que o filósofo italiano, partindo da contribuição de Nietzsche na sua Genealogia da Moral, traça uma genealogia do conceito de dívida para discutir a sua centralidade na Modernidade capitalista e a forma como se apropria «não apenas do emprego do tempo presente dos assalariados e da população em geral», mas também do «futuro de cada um e da sociedade no seu todo».
O n.º 2 da 'Imprópria' inclui ainda um dossiê sobre «Infância», a continuação do debate sobre as «Esquerdas», iniciado no n.º 1, e outros textos.

Colaboram neste número Bernard Aspe, Fernando Ramalho, Maurizio Lazzarato, Paolo Virno, Manuel Jacinto Sarmento, Ana Levy Aires, Mariana Avelãs, René Schérer, José Gil, Vanessa Brito, João Rodrigues, Gui Castro Felga, Bruno Lamas, Miguel Cardoso, Diogo Duarte, Gonçalo Marcelo, Ricardo Noronha e Mariana Christ Lemos".


Associação Casa da Achada - Centro Mário Dionísio
Rua da Achada, 11, R/C
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Telf. 218877090   218877090  218877090  218877090
Site: http://centromariodionisio.org/
E-mail: casadaachada@centromariodionisio.org"


Transportes
Metro: Rossio, Martim Moniz, Baixa-Chiado
Autocarros: 7, 34, 36, 37, 709, 711, 714, 732, 740, 744, 746, 759, 760
Eléctricos: 12, 15, 28

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