"Para lhe provar que biológico não é sinónimo de comida esquisita e vegetariana, Mariana Correia de Barros foi visitar os quatro supermercados biológicos da Grande Lisboa. E ainda ficou mais surpreendida com o que encontrou nas prateleiras.
Biocoop
Já vai longa a história da cooperativa biológica alfacinha que começou há 17 anos, numa venda de quintal, e que hoje vive num enorme armazém em estilo loja, dividido em duas zonas, com uma padaria e snackbar anexados. Só torcemos o nariz ao sítio, o Prior Velho, para lá do aeroporto (e do sol posto). De resto, pareceu-nos servir bem o efeito. O BioCoop foi o primeiro espaço deste género e continua a ser o que oferece mais variedade. Desde cereais e bolachas, a leites de aveia, queijos, vinhos, licores, pizzas e muita carne. “Temos de importar produtos de Itália, França e Alemanha, que são países bem desenvolvidos no sector”, explica João Cabral, um dos responsáveis do espaço. De França chegam uns cereais especialíssimos, Celnat, “armazenados nos Alpes, num silo a 3200 metros de altitude (respeitando o fresco e seco que exige a conservação)” ou os iogurtes Sojade, “à base de soja, com sabores como pêssego com flor de sabugueiro”. Entre os produtos nacionais estão “todos aqueles que possam existir”. Desde as leguminosas e cereais da Herdade de Carvalhoso, aos leites e iogurtes Agros e aos enchidos da Montanheira. E para os mesmo fanáticos do mundo biológico... há cerveja à medida.
BioSábio
Fazia falta um espaço destes nas imediações da capital e foi com essa carta na manga que três amigos abriram o BioSábio, o único supermercado exclusivamente biológico em Oeiras e toda a Linha de Cascais. Arabela Dias, uma das sócias, entrou no mundo sem tóxicos e pesticidas quando o filho mais novo, por questões de saúde, começou a poder comer apenas produtos biológicos. Em Outubro de 2009 inaugurou o supermercado e, tal como os seus ‘concorrentes’, vende frutas, legumes, carnes, pão, massas, bolachas e por aí fora. Até chegar à cosmética, roupa de bebés e detergentes. Em suma, tudo aquilo que há num supermercado normal, com a diferença dos preços. “Um bocadinho mais caros: em média 30%”. Com tendência a diminuir daqui a poucos anos, se tanto a procura como a oferta continuarem a crescer. Já a secção gourmet, faz subir a parada, com arroz de flores a uma média de 6€ ou patês a rondar os 4€. Mas Arabela não se queixa de falta de clientela. Há quem venha de pé atrás e leve apenas hortaliças e há quem se torne cliente fiel a seguir à primeira visita. Não raras vezes perguntam se é um espaço de produtos dietéticos ou vegetarianos, tipo Celeiro. Estão enganados. “Aqui há de tudo”.
Brio
Se for tão desconfiado quanto a senhora velhinha que vive em frente ao Brio, não cometa o mesmo erro de esperar seis meses para meter o pé no supermercado. Mesmo que seja de gostos conservadores, este espaço vale a pena, quanto mais não seja porque tem tudo o que há num supermercado comum... mas em versão biológica. O Brio abriu em Campo de Ourique no Verão de 2008 e o negócio parece correr bem. “Os preços ainda são caros, mas já conseguimos alguns competitivos, como as massas Green a 0,99€”, diz o responsável do espaço, Miguel Monteiro. Também se encontram produtos curiosos como o Daikon (vegetal asiático) ou uns picles de nabo com 50 centímetros. Além disso, há espetadas de carne, hambúrgueres, coxas de frango e peixe congelado. “Para um novato em agricultura biológica sugerimos um bife da Herdade do Freixo do Meio, muito saboroso”. No caso de querer ser mais verde tem à disposição um chef especializado em comida macrobiótica que lhe esclarece qualquer dúvida. Aos sábados, a partir das 17.00, há cursos de culinária vegetariana (15€) com jantar incluído. De resto, há iniciativas para quase todos os gostos: churrascos na rua, degustações e muitas promoções.
Miosótis (x2)
Os criadores da Miosótis já deram provas suficientes nesta área. Em 1985 fundaram a associação Agrobio e anos depois o supermercado Biocoop, onde estiveram durante 14 anos. Há quase três anos, Ângelo e Manuela Rocha decidiram abrir um novo supermercado biológico. Primeiro no Campo Pequeno e mais tarde, em Agosto de 2009, em São Sebastião da Pedreira. Agora, além de serem os únicos a terem duas lojas, são também os únicos a oferecer um talho biológico. “De resto é tudo igual”. Produtos com selo Bio e o máximo de produção nacional. No total são cinco mil referências com uma rota de compras que começa nos arredores de Lisboa e só vai ao estrangeiro “porque ainda há pouca produção nacional”. Portugueses só mesmo os frescos, os azeites, vinhos, compotas e carnes. Têm expositores de leguminosas e cereais a granel. Sacos de plástico é que não. Para transportar as compras, os clientes podem trazer o seu próprio saco ou levar um caixote de cartão da loja. Carrinhos de compras existem, mas são feitos de garrafas recicladas. Às quintas é dia de venda do pão sem glúten e de cada vez que entra um produto novo nacional há degustação com direito a alguma mini-festinha"
Rua Salgueiro Maia, 12
Prior Velho |
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segunda a sexta, 10 às 20h
sábado, 9 às 18h
Tel 219 410 479
Rua Azedo Gneco, 30
Campo de Ourique
segunda a sábado, 9 às 20h
domingo, 10 às 18h
Tel 213 866 406
metro: rato
autocarros: 42, 74, 758
eléctricos: 25, 28
Miosotis
: http://biomiosotis.blogspot.com/
Av. Óscar Monteiro Torres, 15, ao Campo Pequeno (tel. 217959358)
segunda a sexta, 10 às 20h
sábado, 9 às 17h.
metro: campo pequeno
autocarros (av. de roma): 7, 35, 767
autocarros (campo pequeno): 21, 36, 44, 45, 54, 56, 83, 91, 108, 727, 732, 738, 745, 780
Miosotis
: http://biomiosotis.blogspot.com/
R. Marquês Sá da Bandeira, 16, ao Jardim da Gulbenkian (tel. 217959357).
segunda a sexta, 10 às 20h
sábado, 9 às 17h.
metro: são sebastião
autocarros: 16, 718, 726, 742, 746
Herdade do Freixo do Meio: http://www.herdadedofreixodomeio.com/
Mercado da Ribeira, fachada oposta ao Rio Tejo, na Ria da Ribeira Velha.
Cais do Sodré
segunda a sexta, 9-13h, 14-20h
sábado, 8-14h
metro: cais do sodré
comboio: cais do sodré
barcos: cais do sodré
autocarros: 1, 32, 35, 36, 44, 706, 714, 781, 782
eléctricos: 15, 18, 25
Fonte:
http://www.timeout.pt/news.asp?id_news=5134&
Imagem:
http://www.cbd.int/2010/welcome/