29 de Julho a 5 de Agosto, 2017: Fundação Calouste Gulbenkian - JAZZ EM AGOSTO 2017

"Em 2017, o festival Jazz em Agosto apresenta 14 projetos com identidade do jazz atual de ambos os lados do Atlântico, um campo vasto de contaminações transformadoras, evidenciado desde logo nos concertos de abertura e encerramento: Sélébéyone, nova proposta do saxofonista Steve Lehman, onde o jazz abraça o rap e o hip hop com a participação do histórico HPrizm (Antipop Consortium), e o projeto High Risk, do trompetista Dave Douglas, que exibe uma abordagem eletrónica com o incomparável Shigeto, evocando os pioneiros da expressão.
Dois inovadores guitarristas são pontos de referência: David Torn no projeto Sun of Goldfinger, secundado pelos incontornáveis Tim Berne e Chess Smith, e o músico francês Julien Desprez, como membro da criativa e imprevisível Coax Orchestra, ou a solo na original performance Acapulco Redux. A aventura do solo estende-se também a Steve Lehman, ampliado no recurso às eletrónicas, e ao contrabaixista Pascal Niggenkemper explorando os limites do instrumento. Figura icónica do jazz libertário, o saxofonista Peter Brötzmann celebra a sua mais recente e inesperada relação com Heather Leigh, especialista de pedal steel guitar.
Traço dominante de todos os concertos é a presença de músicos que ultrapassam barreiras geográficas em contínuo movimento, forjando novas associações e novas maneiras de pensar o jazz. É o caso do quinteto escandinavo Life and Other Transient Storms, da trompetista portuguesa Susana Santos Silva, que conta com a saxofonista Lotte Anker e o pianista Sten Sandell, e do Sudo Quartet, uma formação com improvisadores europeus de renome, entre os quais o violinista Carlos Zíngaro, a contrabaixista Joëlle Léandre e o baterista Paul Lovens; a representação portuguesa no Jazz em Agosto 2017 completa-se no duo EITR com os músicos Pedro Sousa e Pedro Lopes, improvisadores já destacados da nova geração.
Três grupos constituídos por personalidades que têm marcado o jazz contemporâneo através das suas inúmeras participações em projetos multidirecionais integram ainda a programação do festival: o tórrido quarteto Starlite Motel onde avultam o organista Jamie Saft e Ingebrigt Håker Flaten no baixo elétrico, o quinteto The Fictive Five do saxofonista Larry Ochs que se inspira em cineastas contemporâneos (Wim Wenders, Kelly Reichardt) com o trompetista Nate Wooley, o baterista Harris Eisenstadt e dois contrabaixistas, Pascal Niggenkemper e Ken Filiano, e por fim o quarteto colaborativo Human Feel com o baterista Jim Black, os saxofonistas Chris Speed, Andrew D’Angelo e o guitarrista Kurt Rosenwinkel.
Bem-vindos à 34.ª edição do Jazz em Agosto.
Rui Neves 
Director Artístico"

Programação

Steve Lehman solo
Sábado, 29 Julho 2017, às 18:30
Coleção Moderna – Nave
R. Dr. Nicolau Bettencourt, Lisboa

Entrada gratuita, sujeita à lotação da sala, mediante levantamento prévio de bilhete na bilheteira do Museu – Coleção Moderna a partir das 17:30

A largueza e a excelência do planeta musical de Steve Lehman são facilmente provadas por uma muito resumida lista dos seus colaboradores: Anthony Braxton, Vijay Iyer, Jason Moran, George Lewis, Meshell Ndegeocello e HPrizm/High Priest. Reconhecido como um notável estudioso e um pensador essencial sobre o estado do jazz, Lehman tem demonstrado que uma extraordinária prática académica pode coexistir com a mais apaixonada e inquieta prática artística. É esse “deslumbrante saxofonista”, como lhe chamou o New York Times, que poderemos ouvir num privilegiado close up a solo, em que o saxofone será expandido pelo recurso às eletrónicas.

ARTISTAS
Steve Lehman Saxofone alto, electrónicas

Julien Desprez
Acapulco Redux
Domingo, 30 Julho 2017, às 18:30
Edifício Sede – Auditório 2
Av. de Berna, 45A, Lisboa

Entrada gratuita, sujeita à lotação da sala, mediante levantamento prévio de bilhete na bilheteira do Edifício Sede a partir das 17:30

Fundador do Collectif Coax, há dez anos que Julien Desprez vem espalhando a sonoridade da sua guitarra por uma série de projetos de absoluta referência na mais elétrica cena jazz parisiense. Depois de ter atuado como sideman de Mats Gustafsson, Noel Akchoté, Eve Risser e Louis Sclavis, estreou-se a solo com Acapulco em 2014. Passados dois anos, retomou esse caminho com Acapulco Redux, um espetáculo entre o concerto e a performance inspirado pelo filósofo Tristan Garcia, e concebido em parceria com o coreógrafo Grégory Edelein, para explorar a relação entre o som e o corpo por meio de um original desenho de luz.

ARTISTAS
Julien Desprez Guitarra elétrica, desenho de luz

Pascal Niggenkemper
Sexta-feira, 4 Agosto 2017, às 18:30
Edifício Sede – Auditório 2
Av. de Berna, 45A, Lisboa

Entrada gratuita, sujeita à lotação da sala, mediante levantamento prévio de bilhete na bilheteira do Edifício Sede a partir das 17:30

Em 2015, ano da edição do muito aguardado álbum a solo Look with Thine Ears, a New York City Jazz Records carimbou o franco-alemão Pascal Niggenkemper como “um dos mais aventureiros contrabaixistas” da atualidade. Radicado em Paris, Niggenkemper há muito que vem justificando essa classificação nas suas prestações em grupos como o Nate Wooley / David Rempis Quartet ou o Black Host de Gerald Cleaver, assim como nos seus projetos vision7, PNTrio ou Le 7ème Continent. Todo o manancial de recursos e a efervescente inventividade do músico ficam a nu nesta sua vida a solo.

ARTISTAS
Pascal Niggenkemper Contrabaixo

Pedro Sousa & Pedro Lopes, EITR
Sábado, 5 Agosto  2017, às 18:30
Coleção Moderna – Nave
R. Dr. Nicolau Bettencourt, Lisboa

Entrada gratuita, sujeita à lotação da sala, mediante levantamento prévio de bilhete na bilheteira do Museu – Coleção Moderna a partir das 17:30

O facto de Pedro Sousa figurar entre os mais arrojados e indomáveis improvisadores do jazz português já deixou de constituir novidade. Chamado a tocar com Thurston Moore e habitual na companhia de Gabriel Ferrandini, capaz de se adaptar com especial facilidade a ambientes tão díspares quanto o rock sujo, o jazz desconforme ou a exploração noise, o saxofone de Pedro Sousa carrega uma noção quase libertária das suas possibilidades. Na sua união a Pedro Lopes, radicado em Berlim, estabelece um diálogo fundado na exploração eletrónica, já testada com superiores resultados sob a designação EITR (e documentada no desafiador LP Trees Have Cancer, 2013).

ARTISTAS
Pedro Sousa Saxofone tenor e barítono, e Eletrónicas
Pedro Lopes Eletrónicas


Fundação Calouste Gulbenkian
Avenida de Berna 45 A - 1067-001 Lisboa

Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
Rua Dr. Nicolau de Bettencourt


Transportes
Autocarros: 713, 716, 726, 742, 746, 756
Comboio: Entrecampos
Metro: São Sebastião

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