Galeria Luís Serpa Projectos, Rua Tenente Raul Cascais 1B, Lisboa.
"Numa fascinante variação do episódio
homérico, Kafka, imagina que «as sereias possuem uma arma ainda mais
terrível que o canto, o silêncio. Podemos conceber, [...] que alguém
tenha escapado aos seus cânticos, mas seguramente jamais ao silêncio».
Liberto por Beckett, redefinido por John Cage, se o Silêncio se declina
na pluralidade dos silêncios habitados das palavras caladas, esperadas
ou não pronunciadas, também é singular, num poema murmurado ou numa
frase musical cantada. O Silêncio marca o compasso de um
passeio, ritma um encontro inesperado. Resta que só impondo silêncio ao
que reduz ao silêncio a nossa existência, é que nasce o verbo
essencial. Improvável e fugaz, passagem obrigatória da testemunha antes
de se levantar e elevar a voz partilhando-a, o Silêncio luta para se
fazer ouvir par além do deserto, para não morrer no ruído e na fúria do
universo psicótico e vibra até à invenção do gesto [Maria de Morais,
2012].
A dificuldade de falarmos sobre o silêncio diz
respeito ao dizível e ao indizível, tanto ao nível psicológico como
social e histórico. É possível construir uma narrativa do silêncio?
Sobre o silêncio? Como experimentamos o silêncio? Podemos sentir o
silêncio? Existem, em literatura, palavras sonoras? Qual é a estrutura
do silêncio? Podemos ouvir o silêncio? Existe música sem sons? Porque
temos receio de nos encontrarmos em silêncio? O silêncio interior é da
mesma natureza que o silêncio exterior? Como se incorpora o silêncio nos
rituais? Está o silêncio directamente ligado à ausência? Uma pontuação
[…] constitui um silêncio no texto? Como se comportam, no cinema, no
teatro e no texto, os personagens e, por conseguinte, o(s) sujeito(s)
falante(s)? O silêncio é o limite do horizonte? O silêncio é sintoma de
melancolia? Ou o silêncio é um espaço vital que utilizamos para pensar e
sonhar? Ou ainda está o silêncio relacionado com o sentimento de paz e
tranquilidade que desejamos e exigimos para dizermos que a felicidade
existe? O silêncio é a impossibilidade da palavra?
Todas estas perguntas e tantas outras que podemos formular são o tema das Conversas à Volta da Mesa [Talks Around The Table] para as quais vos convidamos a participar e a partilhar com os nossos Convidados na Galeria Luís Serpa Projectos, em conversas moderadas por Maria de Morais, interlocutora e coordenadora deste Ciclo Em Redor do Silêncio [Luís Serpa, 2012].
23 de Outubro 19h - O Silêncio, essa presença intensa
com Rodrigo Eduardo Silva, Vítor Rua, Gerald Luckhurst
30 de Outubro 19h - Silenciar as palavras
com Barbara Reis, Pedro Lomba, Maria João Cabrita, Cláudia Clemente, Ana Padrão
6 de Novembro, 19h - A impossibilidade do Silêncio
com Fernando Belo, Pedro Cabral , Isabel Correia, Emilie Bettega
13 de Novembro, 19h - Habitar o Silêncio
com Maria João Cantinho, Paola d’Agostino, Paulo Annes
Terça, 20 de Novembro, 19h - O muro de Silêncio
Com Vera Mantero, Maria Belo, Diogo Dória".
Todas estas perguntas e tantas outras que podemos formular são o tema das Conversas à Volta da Mesa [Talks Around The Table] para as quais vos convidamos a participar e a partilhar com os nossos Convidados na Galeria Luís Serpa Projectos, em conversas moderadas por Maria de Morais, interlocutora e coordenadora deste Ciclo Em Redor do Silêncio [Luís Serpa, 2012].
23 de Outubro 19h - O Silêncio, essa presença intensa
com Rodrigo Eduardo Silva, Vítor Rua, Gerald Luckhurst
30 de Outubro 19h - Silenciar as palavras
com Barbara Reis, Pedro Lomba, Maria João Cabrita, Cláudia Clemente, Ana Padrão
6 de Novembro, 19h - A impossibilidade do Silêncio
com Fernando Belo, Pedro Cabral , Isabel Correia, Emilie Bettega
13 de Novembro, 19h - Habitar o Silêncio
com Maria João Cantinho, Paola d’Agostino, Paulo Annes
Terça, 20 de Novembro, 19h - O muro de Silêncio
Com Vera Mantero, Maria Belo, Diogo Dória".
Transportes
Metro: Rato
Autocarros: 74, 706, 709, 713, 720, 727, 738, 758, 773
Eléctrico: 25, 28
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